Hoje (9), a partir das 7h45, iniciam-se as atividades das graduações presenciais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) referentes ao ano letivo de 2021. Devido à pandemia da Covid-19, o último ano letivo foi de 17 de agosto de 2020 até 29 de maio de 2021, o que postergou o início do atual ano letivo. Neste ano, a UEM recepciona 2.610 ingressantes, somando os estudantes que se matricularam pelo Vestibular 2020 e pelo Processo de Avaliação Seriada (PAS) de 2020. Este é o primeiro ciclo acadêmico desde a implantação do sistema de cotas para negros, as quais representam 20% das vagas ofertadas pelo vestibular. Além disso, são mantidas em igual proporção as cotas sociais.
Novamente a universidade começará as aulas em regime de ensino remoto emergencial, utilizando ferramentas tecnológicas para proporcionar a comunicação entre professores e estudantes, uma vez que ainda vigoram no país medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus. Foi previamente aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP) uma resolução que permite que o ensino remoto emergencial seja mantido até o final do primeiro semestre. Mesmo com uma recepção virtual, a UEM deseja as boas-vindas aos calouros e veteranos, e um antecipado feliz Dia do Estudante, que será lembrado na próxima quarta-feira (11).
O primeiro semestre do ano letivo de 2021 termina em 15 de dezembro. O segundo semestre está previsto para começar no dia 10 de janeiro de 2022 e terminar em 14 de maio. Sobre uma futura retomada das aulas presenciais, esta dependerá das condições dos municípios nos quais estão instalados os câmpus universitários. Desde já, as graduações da área da Saúde passam a ter práticas profissionalizantes presenciais. A universidade possui uma comissão em andamento, a qual avalia as possibilidades de retorno gradual às aulas presenciais, levando em conta fatores pedagógicos, estruturais e sanitários.
Primeiros cotistas negros
Pedro Bisacchi Lima, de 18 anos, calouro e cotista do curso de Psicologia na UEM, demonstra otimismo em relação à sua entrada na universidade. “Espero poder ter um melhor conhecimento a respeito da psicologia e poder também utilizá-la para meu crescimento pessoal, para posteriormente ajudar aos outros na mudança de comportamentos”. Quando perguntado sobre como foi o processo de optar pelo uso das cotas para negros, ele, autodeclarado pardo, responde que a escolha foi o que possibilitou o ingresso dele na universidade. “Espero que as cotas raciais possibilitem ingressar novas pessoas na faculdade, que não apresentaram as mesmas oportunidades de ensino de qualidade que outras”.
Pedro Bisacchi Lima, calouro de Psicologia
O também cotista e calouro de Medicina, Gleysion Raimundo dos Santos (foto acima, no ínicio da reportagem), de 29 anos e autodeclarado preto, adiciona que quando foram aprovadas as cotas para negros viu “uma oportunidade de ouro”. “Reparei que se tratava da síntese de anos de luta do povo negro. Que deveria considerar também a UEM em meus projetos de ser médico. Sem as cotas raciais, eu ainda estaria vivendo apenas um sonho, não uma realidade palpável. Não apenas espero, mas tenho certeza de que as cotas raciais, se bem coordenadas, poderão mexer com estruturas sociais”.
As expectativas dos calouros
Mesmo em meio às adversidades enfrentadas, as universidades públicas têm apresentado constantes melhoras, o que pode ser observado pelo maior reconhecimento das universidades em pesquisas e rankings nacionais e internacionais. A UEM, universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, é uma das que têm liderado esta tendência; um ranking internacional publicado recentemente a coloca dentre as melhores instituições de ensino de toda a América Latina.
As expectativas dos calouros vão ao encontro do desempenho da universidade, os quais apresentam otimismo e colocam a entrada na universidade como uma porta para várias oportunidades. “Na escola, minhas matérias preferidas sempre foram matemática e física. Logo, cheguei à conclusão de que Engenharia Civil era o curso para mim. Escolhi a UEM por ter um curso forte e renomado de Civil na região”, conta o calouro de Engenharia Civil, Sérgio Murilo Fais, de 18 anos. Ele espera que, quando formado, logo consiga adentrar o mercado de trabalho.
Sérgio Murilo Fais, calouro de Engenharia Civil
A caloura da primeira turma de Física Médica, curso novo do Câmpus Regional de Goioerê (CRG) da UEM, Lorena da Cunha Furioso, de 18 anos, está com expectativa muito grande, até por esta ser a primeira graduação da área no Paraná. “Creio que vai ser um diferencial em Goioerê. O que espero, para além do âmbito acadêmico, é me superar cada vez mais para conseguir chegar ao final e saber que consegui passar mais uma etapa da minha vida”, declara a nova acadêmica.