Estudo transforma bitucas de cigarro em hidrocarvão, material útil para otimizar o tratamento de água
Ontem (22), pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) receberam o prêmio de patente do ano, durante o 43º Congresso Internacional da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), que ocorreu entre os dias 20 e 22 de agosto, no Rio de Janeiro. Eles criaram a invenção BR 102019019637-8, intitulada “Processo de obtenção de carvão ativado a partir da carbonização hidrotérmica de bitucas de cigarro”.
Para o julgamento do prêmio foram levados em conta: potencial de geração para a igualdade social (35%), impacto ambiental (15%), potencial para geração de benefícios econômicos (30%), internacionalização da proteção (15%), participação de inventores negros (5%), abordagem de gênero (5%), participação de inventores brasileiros (5%).
A pesquisa científica do curso de Química da UEM transforma bitucas de cigarro em hidrocarvão modificado. Este, por sua vez, é capaz de adsorver (fixar) corantes, portanto, pode ser material útil para otimizar o tratamento de água em estabelecimentos como lavanderias. Além deste benefício, é uma forma sustentável de dar destinação adequada às bitucas, explicou o pesquisador da UEM, Rogério dos Santos Maniezzo.
O prêmio, em sua quarta edição neste ano, privilegiou patentes que promovam a igualdade social, e foi entregue a Andrelson Wellington Rinaldi, Rogério Dos Santos Maniezzo, Hugo Henrique Carline De Lima, Marcos Rogério Guilherme, Murilo Pereira Moisés, Pedro Augusto Arroyo, e Vicente Lira Kupfer por Ricardo Cardoso Costa Boclin, membro do Conselho Diretor da ABPI.
Maniezzo agradeceu a ABPI pelo reconhecimento do trabalho com este prêmio, “pois ele valoriza a pesquisa feita nas universidades federais e estaduais”. A invenção possui a classificação de patente verde, e foi depositada em 2019 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e concedida em 2022.
Sobre - A Associação Brasileira da Propriedade Intelectual é uma entidade sem fins lucrativos voltada para o estudo da Propriedade Intelectual, notadamente o direito da propriedade industrial, o direito autoral, o direito da concorrência, a transferência de tecnologia e outros ramos afins. Fundada em 16 de agosto de 1963, a ABPI congrega empresas, institutos de pesquisa, universidades, escritórios de advocacia e agentes de propriedade industrial do Brasil e do exterior.
Texto escrito por Francisco Dias Neto