Criada como Escola de Desenvolvimento Regional (EDR), o programa, de natureza multisetorial e ligado ao Gabinete da Reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vai criar um núcleo em cada câmpus regional, visando qualificar o capital humano adaptado ao potencial de desenvolvimento dos municípios e suas necessidades.
Também surge com o propósito de popularizar o conhecimento e mapear demandas regionais, além de promover o envolvimento (social, cultural e ambiental) com a sociedade, e fomentar e participar da construção de processos de governança e lideranças regionais. Com a atuação da EDR, o que a administração da universidade busca ainda é fortalecer as relações com o setor público, produtivo, comércio e de prestação de serviços, estimulando as micro, pequenas e médias empresas e microempreendedores da região na diversificação de negócios e produção de novos produtos e serviços, atraindo recursos humanos, investimentos e qualidade de vida da região.
Segundo o reitor Leandro Vanalli, a Escola permitirá a aproximação da UEM com as comunidades das regiões em que a instituição está inserida, por meio da extensão. Conforme a vice-reitora Gisele Mendes, a EDR despertar ainda mais a participação da UEM na política de desenvolvimento para a região.
Para o economista Sidinei Silvério da Silva, coordenador técnico do Escritório de Projetos e Processos, a ideia é levantar as demandas dos municípios onde a UEM está presente para que a universidade possa prestar o atendimento por meio de consultorias, inclusive.
O assessor técnico da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Décio Sperandio, autor da ideia de se criar a EDR, enfatizou que só se coloca em prática uma política pública quando ela é institucionalizada, fazendo a implementação por meio de projetos e programas por exemplo. Na opinião de Sperandio, que foi reitor da UEM por duas vezes, a cooperação com o setor produtivo precisa ser ampliada.
De acordo o diretor do Câmpus Regional do Noroeste (CRN), em Diamante do Norte, Marcos Paulo Alberto Pereira, a iniciativa é muito louvável. Ele citou as demandas na formação de capital social, na agricultura, dentre outras áreas. O diretor disse ainda se sentir muito feliz pelo fato de a iniciativa ter partido da Reitorta, no sentido de estreitar a relação com as regiões em vez de ficar aguardando as demandas surgirem.
Parcerias
Para o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin, que também responde pela liderança de quatro sindicatos ligados ao segmento industrial, nas áreas de produção de açúcar (Siapar), etanol (Sialpar), biodiesel (Sibiopar), os momentos de prosperidade se deram quando a academia se aproximou das comunidades, levando conhecimento também aos agricultores e às cooperativas.
O presidente do Sicredi Rio Paraná PR/SP, em Nova Londrina, Jorge Bezerra Guedes, disse que a EDR é muito importante para esta região do Paraná por ela ter algumas demandas específicas. Conforme ele, a comunidade daquele entorno espera muito da UEM. No entendimento de Guedes, o ensino deve estar presente na região, como uma maneira de estancar a evasão de jovens que saem para cursar o ensino superior nos centros urbanos maiores e não retornar mais para a cidade de origem.
O professor Manoel Jacó Garcia Gimenes, ex-vice-reitor, entusiasta da ideia, lembrou que, ao criar as universidades, a ideia do então governador Paulo Pimentel era integrar o Paraná.
Ele elogiou a maneira com que Vanalli e Gisele vêm administrando a UEM, recordando inclusive uma frase dita pelo reitor na cerimônia de posse, quando disse “podemos errar, mas nunca por inércia". Jacó, que é ligado ao Escritório de Projetos e Processos, entende que “a gente pensa fazendo e faz pensando", numa analogia pela forma com que a gestão vem trabalhando, com zelo pela rapidez na condução das ideias com vistas à colocá-las em prática.
Tanto o Sincredi quanto a Alcopar serão parceiros na implementação das ações preconizadas pela Escola de Desenvolvimento Regional, além de prefeituras e a própria Seti.