O reitor e o vice-reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) reuniram-se hoje (23) com Rubens Bueno (à esquerda, na foto), deputado federal pelo Paraná. Na oportunidade, os dirigentes pediram apoio para solucionar graves problemas que a instituição enfrenta há bastante tempo, como barreiras orçamentárias e a necessidade urgente de reposição do quadro de servidores públicos. Bueno mostrou-se disposto a ajudar, afinal somente com a conquista de mais recursos será possível manter e ampliar a formação de pessoas, a produção de conhecimentos e a prestação de serviços.
Julio César Damasceno, reitor, apresentou o histórico e portfólio da universidade, essencial à sociedade. “Tivemos oportunidade de passar ao deputado toda a situação que estamos enfrentando”, pontua. De 2019 para 2020, a arrecadação própria despencou 51% (de R$ 15,6 milhões para R$ 8 milhões em ensino). Como se não fosse o bastante, a verba de custeio disponibilizada pela Lei do Orçamento Anual/LOA reduziu 75% (os R$ 23,4 milhões executados em 2020 tornaram-se R$ 5,8 milhões em 2021).
A UEM vem sobrevivendo de suplementação orçamentária, é uma luta diária! Para Damasceno e Ricardo Dias Silva, vice-reitor, outro ponto que desestimula os serviços e inviabiliza a universidade é a aplicação da Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios (Drem) – de 2018 até o início de julho de 2021, o Estado já havia retido R$ 29,7 milhões. Dinheiro a menos significa uma população prejudicada. “Nossa conversa se deu em relação à existência da universidade para a sociedade, no que diz respeito a Ciência, Tecnologia, Inovação e formação em nível superior”, diz o reitor.
Os recursos humanos também estão escassos. O governo do Paraná não autoriza a realização de concursos públicos na UEM desde 2014, fazendo com que desde então não haja reposição de quadro para casos de aposentadoria, falecimento e exoneração de servidores estatutários. Além disso, determinadas funções foram extintas em 2020, o que impede que tais vagas sejam ocupadas, mesmo que por colaboradores temporários. Segundo a Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários (PRH), precisaria haver pelo menos 770 agentes universitários e 572 professores a mais na UEM.
Bueno, que esteve pessoalmente na Reitoria da UEM hoje, já a visitou em outras oportunidades. Acredita que esse é o melhor caminho para que os parlamentares conheçam de fato e se tornem mais próximos da realidade do ensino superior público, de modo a “ajudar a discutir projetos importantes para a universidade, sabendo que a UEM representa uma universidade de relevância e qualidade, que ajuda muito o Paraná e o Brasil”. O reitor ressalta que a UEM está em articulação constante com vereadores e deputados.
Durante a conversa de hoje, reitor e vice-reitor mostraram projetos já executados em diversas áreas e outros futuros, como o Teatro e Centro de Eventos, que será no Bloco M-40 do câmpus de Maringá. Também foi oportunidade de divulgar como a UEM contribui para o desenvolvimento socioeconômico e em tantas esferas do interior paranaense por meio de trabalho próprio e de uma rede de parceiros, sejam públicos ou privados. Assim, Damasceno espera que cada vez mais a UEM possa ser valorizada e receber “apoio e conscientização do cidadão que não faz parte do contexto da universidade”.
Vidas humanas salvas
A UEM é uma instituição pública, gratuita, de qualidade e inclusiva que, mesmo em meio a tantas adversidades, não ficou sequer um minuto parada durante a pandemia. Desde março de 2020, atua fortemente no combate à Covid-19, sobretudo com pesquisadores e as equipes do Complexo de Saúde, em especial do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). Para o deputado federal Rubens Bueno, “a universidade respondeu à altura” a esse trágico momento mundial, ajudando a salvar milhares de vidas. O reitor, Julio Damasceno, frisa que os servidores do HUM não medem esforços para executar um ótimo trabalho, ainda que num cenário não ideal.