O aplicativo Sala Planejada, desenvolvido com a participação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), será utilizado em larga escala com o objetivo de planejar o distanciamento de carteiras durante as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o Brasil.
Gratuito, o app, desenvolvido em 2020, envolveu parceria entre a UEM, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), visando o planejamento de salas de aula, respeitando distanciamento social. A utilização da ferramenta no Enem ocorrerá em decorrência de uma parceria estabelecida entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e a Unifesp.
O Enem trabalha com mais de 100 mil salas de aula para calcular o distanciamento. “Nós estamos ajudando a fundação que realiza o Enem a planejar e implementar o distanciamento em cada sala. O objetivo, claro, é maximizar o número de carteiras mantendo o distanciamento”, diz o professor Francisco Nogueira Calmon Sobral, do Departamento de Matemática da UEM. Ele contribuiu com a criação da Sala Planejada.
”Com essa parceria, eles são capazes de fazer muitas simulações, para tentar encontrar os layouts mais adequados. Até o momento, já temos 500 mil layouts gerados desde o lançamento da ferramenta, mas desses, pelo menos 300 mil são simulações para o Enem”, complementa Sobral.
O app Sala Planejada calcula quantos estudantes devem ficar em cada sala de aula, respeitando distanciamento social. A ferramenta foi pensada para auxiliar a alocação de estudantes em uma possível retomada de aulas presenciais.
É um aplicativo-web, de livre acesso, que auxiliará gestores educacionais a fazer um distanciamento adequado entre carteiras nas salas de aula. O usuário deve preencher os parâmetros solicitados nos respectivos campos, sendo que é fundamental saber previamente as dimensões da sala e de cada carteira.
Segundo Sobral, para o desenvolvimento do layout com fileiras foram aplicadas estratégias de matemática computacional e pesquisa operacional “para colocar a maior quantidade de alunos em um layout fixo, respeitando a distância mínima entre eles”.
Quanto ao layout livre, é baseado em algoritmos de otimização. Em ambos os casos, a ferramenta pode ser usada em outros contextos: para rearranjar o público em um teatro, por exemplo. Sobral frisa que esse aplicativo-web não justifica a retomada precoce de aulas presenciais, uma vez que isso deva ocorrer somente quando as autoridades de saúde atestarem que seja possível. Ele e os colegas ressaltam que a Sala Planejada é apenas umas das formas possíveis de “estratégia para o retorno às atividades acadêmicas”, sendo necessário “um planejamento adequado do contexto mais geral” e, claro, que as pessoas continuem a seguir com rigor as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os envolvidos na criação apresentaram o aplicativo durante o 52º Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional. A apresentação pode ser vista neste link. O trabalho agora foi submetido para uma revista internacional. O link do paper enviado é este aqui.