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(Crédito das fotos: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Goioerê)
O descerramento de duas placas, uma sobre a data comemorativa em si e outra alusiva ao início do curso de Física Médica, marcou nesta segunda-feira (9) as celebrações oficiais sobre os 30 anos do Câmpus Regional de Goioerê (CRG) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O evento fez parte do calendário oficial de comemorações dos 66 anos da cidade. As placas estão afixadas junto ao marco histórico, na entrada do CRG.
A cerimônia reuniu, além do prefeito Roberto dos Reis Lima: a superintendente do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM/UEM), Elizabete Mitiko Kobayashi; o chefe de gabinete da Reitoria, Alessandro Santos da Rocha, representando o reitor, Julio César Damasceno; o diretor do CRG, Gilson dos Santos Croscato; a pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora de Mello Gonçales Sant’Ana; o assessor de relações institucionais do HUM, Elflay Miranda; a diretora do Hemocentro Regional de Maringá, Marcia Regina Momesso, e outros líderes.
Conhecido por Betinho, o prefeito ressaltou que há 30 anos foi plantada uma semente em Goioerê, e que hoje vem colhendo bons frutos. Segundo ele, só existe desenvolvimento por meio da educação, pela transformação que a educação promove. Ele também lembrou da luta para conseguir o curso de Física Médica. “Foi uma construção de ponte e diálogo entre o Governo e a UEM, e apoio político e da sociedade para que hoje Goioerê receba o novo curso como um presente”, destacando que dentre os alunos da primeira turma está o vereador Ricardo Martins, que elogiou o curso e a importância da UEM para o município.
“Cumprimento toda a comunidade de Goioerê pelo seu aniversário e em especial os colegas da nossa comunidade acadêmica da UEM, que comemora os 30 anos de criação do CRG”, declara Ricardo Dias Silva, reitor em exercício. Ele relembra que esse é um câmpus que começou com apenas dois cursos, mas que foi se expandindo ao longo das três últimas décadas e “hoje é fundamental para os desenvolvimentos social, econômico e cultural” de toda a região de Goioerê. “Que continuemos crescendo! E que o curso de Física Médica possa contribuir para o desenvolvimento regional e consolidar ainda mais a presença da Universidade Estadual de Maringá no interior do Paraná”.
Romel Dias Vanderlei, diretor do Centro de Tecnologia (CTC) da UEM, também faz seus cumprimentos a todos os envolvidos. “O CRG vem formando profissionais de excelência nas áreas de Engenharia Têxtil, Engenharia de Produção, Ciências e Física. Também parabenizamos a criação do curso de Física Médica, que com certeza vai contribuir mais com o desenvolvimento regional”. O diretor mostra-se contente por o CTC participar desse projeto e frisa que a UEM é pioneira no fortalecimento do macrodesenvolvimento paranaense.
Conforme a superintendente do HUM, a graduação em Física Médica vai impactar positivamente a UEM. E de acordo com ela, o HUM irá precisar muito dos acadêmicos do curso em atividades de estágios e em um curto espaço de tempo. Para o diretor do CRG, o câmpus representa o desenvolvimento regional e já formou mais de mil profissionais, fazendo a diferença na vida de muitos.
Aos 30 anos, o Câmpus Regional de Goioerê é um relevante instrumento para o desenvolvimento regional e sua infraestrutura local melhorou muito nos últimos anos, após as obras de pavimentação asfáltica, instalação de novos laboratórios, climatização de vários ambientes e a chegada de equipamentos para pesquisas avançadas.
Esforços de muitas pessoas
Os 30 anos da presença da UEM em Goioerê, consolidados por meio do CRG, representam o empenho e a dedicação de muitas pessoas imbuídas no sonho de levar o conhecimento produzido pela instituição a uma região, de forma a ajudá-la nos seus desenvolvimentos econômico e social.
E neste trabalho, a parceria com a prefeitura tem sido imprescindível. Diversos alunos da cidade fazem os cursos no CRG e têm sido destaque nas participações de projetos da UEM que, em contrapartida, fornece apoio por meio de bolsas. Na semana passada, por exemplo, ao receber Croscato numa visita ao gabinete, o chefe do Executivo lembrou que o câmpus regional abriga jovens que podem encontrar uma universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva perto de suas casas. Foi justamente esse um dos principais argumentos apresentados para dar início, nos anos 1980, às conversas que culminaram na implantação do CRG, pois à medida que o novo câmpus surgisse as famílias não precisariam mais encaminhar seus filhos para outras cidades.
Nascido em 10 de agosto de 1991, numa cidade com quase 30 mil habitantes, a cerca de 150 quilômetros de Maringá, o Câmpus Regional de Goioerê surgiu na gestão de Décio Sperandio e Luiz Antonio de Souza, reitor e vice-reitor da UEM à época. O nome Goioerê, por sinal, deriva da existência das primeiras fazendas de café estabelecidas às margens do rio de mesmo nome, oriundo da língua indígena Kaingang, cujo significado seria “campo da água”.
Os trabalhos iniciados para levar um câmpus da universidade àquela região, porém, começaram pelo menos cinco anos antes, mais precisamente em 1986, na gestão do reitor Fernando Ponte de Souza e do vice, Manoel Jacó Garcia Gimenes, quando a UEM começava a criar e implantar os primeiros câmpus regionais, dando mostras de sua abrangência e vocação regionais. Jacó Gimenes se juntou a líderes da comunidade de Goioerê, tornando-se um dos principais articuladores para o surgimento do CRG. Participou do planejamento e da idealização do câmpus regional, contando por exemplo com a ajuda reconhecida do ex-prefeito Fuad Kffuri.
Manoel Jacó Gimenes e Fuad Kffuri, dois primeiros à esquerda, com diretores da Coagel, em visita à cooperativa
Primeiros cursos
Os primeiros cursos surgidos foram os de Engenharia Têxtil e Licenciatura Plena em Ciências (em 2017, passou a se chamar Licenciatura em Ciências Naturais). Surgiram de um convênio envolvendo a UEM e um consórcio intermunicipal formado pelos municípios de Goioerê, Janiópolis, Moreira Sales, Juranda, Mariluz, Boa Esperança e Rancho Alegre.
Goioerê já se destacava no cenário nacional como maior produtor de algodão do Brasil e também pela instalação de empresas de confecção, fiação e malharias, que fortaleciam o setor têxtil. A instalação da graduação em Engenharia Têxtil representou um grande desafio, porque havia apenas um curso desta natureza no país, oferecido pelo atual Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo.
O educador Paulo Freire debateu e construiu a proposta pedagógica junto ao professor Carlos Alfredo Argüello, ambos falecidos. As duas graduações tiveram início em 1992 e Freire foi convidado para ministrar a aula magna, evento ocorrido na Câmara Municipal de Goioerê, com a presença de educadores, autoridades locais e universitários.
O educador Paulo Freire, no CRG, ao lado da esposa, numa reunião com professores de Ciências (Arquivo/UEM)
Em 2011, diante da necessidade de expandir a oferta das graduações, foram criados mais dois cursos presenciais: Licenciatura em Física e Engenharia de Produção. Da mesma maneira que Física Médica, iniciada agora, as demais graduações estão concentradas nos departamentos de Engenharia Têxtil e de Ciências. Outra conquista de grande impacto foi a implementação do atual Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais.
Na modalidade de educação a distância, o CRG mantém os cursos de graduação em Pedagogia, Licenciatura em Ciências Biológicas e História, os dois últimos por meio da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com sede em Guarapuava, além do curso de Letras: Português e Espanhol por intermédio da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A oferta nesta modalidade se ampliou e a comunidade conta também com os cursos EAD de Administração Pública e Licenciatura em Biologia, ambos oferecidos pela UEM. Por sinal, o CRG é considerado um importante polo de educação a distância, proporcionando a centenas de pessoas a possibilidade de cursar o ensino superior gratuitamente e com qualidade.
Outro desafio histórico foi a contratação de servidores. A atribuição de manter o quadro de funcionários ficava, no começo, a cargo da prefeitura. Somente em 1996 começaram a chegar os primeiros servidores do quadro técnico e operacional, o que deu início à consolidação efetiva do câmpus.
Imprescindível
O diretor do CRG, Gilson Croscato, entende que o Câmpus Regional de Goioerê tem dado uma contribuição inestimável para toda a microrregião ao longo de seus 30 anos de existência. Como exemplos, fala do papel fundamental na formação de professores, de forma a ter ajudado na melhoria do ensino em toda a área do Núcleo de Regional Educação de Goioerê. Menciona, ainda na área da educação, o programa de pós-graduação como oportunidade de capacitação para os docentes da rede de ensino.
Falando da extensão, Croscato afirma que os projetos têm levado às crianças, aos adolescentes e jovens o despertar da Ciência, pois eles se encantam com as visitas e experimentos apresentados. E de acordo com o diretor, a área de Engenharias colabora com o desenvolvimento de Goioerê e região: recorda-se que há egressos que são empresários do setor têxtil e também atuam no segmento industrial, colaborando para o desenvolvimento desta área, sem se esquecer que a empresa júnior dos alunos de Engenharia de Produção interage com empresas locais, impulsionando seus desenvolvimentos.
Croscato é prata da casa, tendo se formado em Engenharia Têxtil pelo câmpus regional. Ele é da terceira turma desta graduação e acompanhou de perto todo o desenvolvimento e as dificuldades iniciais, superadas com criatividade e competência dos professores. Croscato foi técnico de laboratório de 1997 a 2001, quando se afastou da universidade e foi exercer a carreira como engenheiro têxtil no setor privado em Maringá. Quando retornou, em 2009, ingressou como professor, se capacitou com mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UEM e, em 2014, foi convidado a assumir a direção do câmpus.
Tempo de adaptação
A chegada da pandemia do novo coronavírus exigiu a adaptação ao “novo normal”, fazendo com que o câmpus regional se mobilizasse por meio de seus docentes e agentes universitários. O Departamento de Engenharia Têxtil (DET) apresentou o projeto de extensão na confecção de máscaras para atender a comunidade regional, resultando na confecção de mais de 5 mil peças, sob a coordenação da professora Elaine Maia.
Também foram distribuídos equipamentos de proteção individual (EPIs) em hospitais e para a comunidade carente local, além de realização de lives de orientação e formação, conduzidas pelos professores do DET e do Departamento de Ciências, que promoveu trabalho de mobilização por meio de informações e da disponibilização de materiais para projetos (tecidos para máscaras).
Radiografia do CRG
Data de fundação: 10 de agosto de 1991, mesmo dia do aniversário do município de Goioerê, quando foi inaugurado o Bloco V-02. As aulas tiveram início no ano letivo de 1992, com os cursos de Engenharia Têxtil e Licenciatura Plena em Ciências.
Relação de cursos
Graduação: Engenharia Têxtil (desde 1992), Engenharia de Produção (2011), Licenciatura em Ciências Naturais (1992), Licenciatura em Física (2011) e Física Médica (2021).
Pós-Graduação: em 2016, o Departamento de Ciências começou a ofertar, em rede nacional, o Mestrado Profissional em Ensino das Ciências Ambientais (Profciamb).
Infraestrutura
O CRG possui uma excelente estrutura de salas de aula, laboratório e setores administrativos em aproximadamente 4 mil m² de construção distribuídos em três blocos. Novos projetos estão previstos para expansão e melhoria das condições de atendimento à comunidade universitária, com a previsão dos Blocos V-01 (Biblioteca) e V-10 (espaço acadêmico).
Número de servidores, egressos e estudantes
O CRG tem 63 servidores, dos quais 40 docentes e 23 agentes universitários. Quanto ao número de alunos, são em torno de 300 acadêmicos. Desde 1996, o CRG já formou mais de mil egressos nas áreas de Educação e Engenharia, colaborando com a melhoria do ensino em toda região. Já na área de Engenharia, tornou-se referência para o país em formação de engenheiros têxteis, que hoje estão atuando em grandes empresas do setor, também na área de educação técnica e em institutos de pesquisas.