Estudantes do Ensino Médio produziram 54 peças de conscientização com o tema “Não é brincadeira, é assédio!”
Uma cerimônia realizada na manhã desta terça-feira (12), premiou os cartazes vencedores do concurso “Não é brincadeira, é assédio!”. As obras, que ficam expostas na Biblioteca Central (BCE), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), até sexta-feira (15), foram confeccionadas por estudantes do Ensino Médio do Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP-UEM). O evento ocorreu no Auditório da BCE.
O concurso é uma iniciativa do Observatório de Violência de Gênero da UEM, em parceria com o Núcleo Maria da Penha (Numape), o projeto Empodera UEM e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (Pibic-EM).
Divididos em grupos, mais de 150 estudantes do Ensino Médio do CAP-UEM produziram, ao todo, 54 cartazes de conscientização sobre o combate ao assédio sexual. Além da exposição na BCE, as produções também foram divulgadas nas redes sociais do projeto Empodera UEM.
Frases como “assédio não é brincadeira”, “meu corpo não é público” e “denuncie, ligue 180” foram ilustradas por desenhos, pinturas e colagens. As obras foram produzidas por estudantes de 11 turmas, dos três anos do Ensino Médio, durante aulas de língua portuguesa sobre o gênero textual cartaz. A confecção ocorreu após a realização de oficinas e dinâmicas de discussão sobre assédio e outras formas de violência junto aos alunos.
A vice-reitora da UEM, Gisele Mendes, esteve presente na cerimônia e discursou sobre a importância da criminalização de todo tipo de violência contra a mulher. “É fundamental conscientizar a sociedade sobre os conceitos de assédio, importunação sexual e estupro, e sobre o fato de todos serem crimes. Infelizmente, as mais atingidas são as mulheres, por causa da violência de gênero estrutural que compõe nossa sociedade há milhões de anos”, afirmou. “Nós precisamos, mesmo que seja só um tijolinho que se coloca em uma parede, continuar a conscientização e as ações afirmativas através desse tipo de trabalho”, destacou.
Vice-reitora da UEM, Gisele Mendes fala sobre a conscientização contra violência de genêro, durante a cerimônia de premiação do concurso de cartazes “Não é brincadeira, é assédio!”
Concurso
Duas eleições distintas analisaram os 54 cartazes produzidos. Um júri técnico escolheu o cartaz ganhador, que ilustrará um livro de divulgação dos projetos envolvidos, a ser lançado em 2024, com verba da Fundação Araucária. Os alunos vencedores também receberam um certificado de premiação.
O júri técnico foi formado por professores da UEM e membros do Numape, além de docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Já a votação popular ocorreu por meio do perfil do Empodera UEM no Instagram. Segundo a organização, algumas produções chegaram a receber mais de 800 votos. Os autores dos três cartazes mais citados foram agraciados com um rodízio de hambúrguer no Restaurante Naguno, além de um certificado.
A docente do Departamento de Direito Público (DDP) e coordenadora do projeto Empodera UEM, Crishna Correa, destacou a participação das comunidades interna e externa na iniciativa. “O concurso foi pensado para envolver pessoas para além da escola. Quando você faz um concurso de cartazes no Instagram, você consegue abranger a família dos alunos, pessoas que não estão dentro da sala de aula. Esse era um dos objetivos e consideramos que foi muito bem alcançado”, comemorou.
Estudantes que participaram do concurso ressaltaram a importância da ação. Aluna do 2º ano do Ensino Médio, Raquel Vantuil, de 16 anos, afirmou que o trabalho do Numape orientou os estudantes sobre a Lei Maria da Penha. “Nós aprendemos que a origem de um agressor muitas vezes se dá na escola, quando os meninos começam a assediar as meninas ou agem de forma agressiva, e acham que é brincadeira. Por isso nós achamos muito importante fazer essa discussão”, destacou.
Também estudante do 2º ano, Ana Júlia Manso Silva, 16, lembrou que comportamentos criminosos não podem ser normalizados. “Com essa conscientização, os meninos podem ver que alguns comportamentos não são normais, não são legais. E, assim, podem ter uma percepção maior disso”, reforçou.
Presenças
Além da vice-reitora da UEM, Gisele Mendes, estiveram presentes na cerimônia a secretária municipal de Juventude, Cidadania e Imigrantes, Ana Nerry, e o secretário municipal de Cultura, Victor Simião. Os representantes do executivo elogiaram a iniciativa e parabenizaram os estudantes pela confecção dos cartazes. Simião propôs a exposição dos cartazes em outros pontos da cidade, com apoio da secretaria e da Prefeitura Municipal.
Também participaram a coordenadora do projeto Empodera, Crishna Correa, a psicóloga e representante do Numape, Ana Flávia Tomasi, a diretora geral do CAP-UEM, Alessandra Martinho de Oliveira, a representante do Comitê Assessor de Bolsas de Iniciação Científica (Cabic), Priscilla Borgonhoni Chagas e a cerimonialista Carmem Fernandes. Além das autoridades, compuseram a mesa de apresentação as estudantes Raquel Vantuil e Isabella Mayumi Gondo.
Durante a cerimônia, também foi ressaltada a participação das professoras de língua portuguesa do CAP-UEM, Andrea Zingara Miranda, Cecília Pope Guerra, Eliane Marina Tirapelle Brasil e Isabel Cristina da Silva, que orientaram a produção dos cartazes durante suas aulas.
Vencedores
Eleição do júri técnico
1º lugar: Gustavo Henrique, Julia Aiko, Luis Gustavo Ribeiro, Murilo Granemann e Nathan Henrique.
Votação popular
1º lugar: Gabriela Figueiredo, Maria Vitória Pérez, Nikolly Galván e Sílvia Mandrot.
2º lugar: Isabelle Ayumii e Vitória Mayumi.
3º lugar: Evelyn Jacomini de Aquino, Isabella Mayumi Gondo, Katlyn Laiane de Souza Ieque, Luana Oliveira Guedes e Nicoly Borges Frabetti Satelle.