A professora Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, do Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá (UEM), líder inspiradora do MannaTeam, projeto apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), se tornou a primeira mulher honorária em Microeletrônica em mais de 50 anos da área no Brasil.
A cientista foi indicada para esta honraria por pessoas altamente qualificadas e que desempenharam ou desempenham importantes cargos/funções no governo, órgãos de fomento e academia. Esta relação de pessoas inclui o ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Alvim; o secretário do MCTI, Henrique Miguel; o coordenador de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Aplicações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Alexandre Motta; e o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), associado da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro), Fernando Rangel.
Linnyer foi recebida como honorária pelos 13 honorários (todos homens) em evento realizado no último dia 31 de agosto, no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro. O título foi entregue durante um jantar de confraternização com 300 convidados.
Como honorária, a professora recebeu o Prêmio Padre Landell de Moura. Criado em 2007, este Prêmio foi lançado com o objetivo de reconhecer a colaboração de pessoas notáveis para a área de Microeletrônica com contribuições de relevante importância para o País.
Também foi criado para comemorar e reconhecer as invenções de Padre Landell de Moura, considerado um homem à frente do seu tempo, com grande visão, criatividade e persistência.
Parecer
Em parecer emitido por ocasião da honraria, o Comitê Assessor de Microeletrônica do CNPq, do qual Linnyer é coordenadora, ressaltou, entre outros aspectos, que a “a doutora Linnyer tem o reconhecimento de governos (federal, estaduais e municipais), empresas, terceiro setor e academia como uma mulher coerente, líder com visão coletiva, persistente, atenciosa aos detalhes de todo ecossistema, visionária e criativa. Uma mulher à frente do seu tempo”.
Ainda segundo o comitê, a carreira da professora é reconhecidamente em prol da área de microeletrônica, com relevantes contribuições nos níveis nacional, regional e local, além dos esforços para a internacionalização da área.
Atual presidente da SBMicro, a docente da UEM foi lembrada por ter sido diretora administrativa da entidade, e diretora para Programas Especiais e conselheira da SBMicro. “Como Presidente da SBMicro, a professora tem empenhado esforços para que a referida sociedade se torne um hub de relevante importância na conexão de diferentes atores do ecossistema e tem sido incansável na busca pelos recursos para a comunidade acadêmica”, destacou o comitê.
Além de coordenadora do Comitê, Linnyer é bolsista de Produtividade em Pesquisa 1D do CNPq, membro do Comitê Assessor de Tecnologia da Informação (CATI) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, integra o Conselho Administrativo da Softex Nacional, assessora da presidência da Fundação Araucária (fundação de apoio à pesquisa do Paraná), faz parte do CG do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Sistemas Micro e Nanoeletrônicos (Namitec), e é membro do GT de Semicondutores.
Linnyer ainda integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) e do Conselho da EVOA aceleradora de startups. O Ecossistema Manna Team, da qual é a líder, consiste em uma das maiores redes de pesquisa, ensino, extensão e inovação do Paraná e uma das maiores do Brasil, reunindo 200 participantes, entre eles 29 doutores e vários professores e estudantes de escolas públicas. O Manna atendeu no primeiro semestre de 2023 aproximadamente 8.000 pessoas entre estudantes e professores de escolas públicas e visitantes.
Mensagens de todo o Brasil
Ainda no parecer, o Comitê assinalou que Linnyer “fez sua carreira sem pertencer a nenhum grupo consolidado, pelo contrário, foi a professora que abriu e fortaleceu a área no Paraná e em outras regiões geográficas com características do interior”.
Outro ponto destacado é que, como membro do Comitê Assessor de Microeletrônica do CNPq, a docente também propôs políticas para inclusão do período de licença-maternidade no currículo das pesquisadoras da instituição, inclusive em situações de adoção. Estas medidas foram aprovadas em 2020.
Em 2022, ela ganhou o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia e foi indicada duas vezes ao Prêmio Carolina Bori da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Pela conquista do título, Linnyer recebeu diversas mensagens de professores e pesquisadores de várias instituições brasileiras, incluindo a de Arthur Liraneto Torres Costa, do Lira Lab; a de Mateus Grellert, do Departamento de Informática Aplicada do Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS); a de Cleonilson Protásio de Souza, professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); as do professor Luciano Volcan Agostini, leader of Video Technology Research Group – ViTech, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); e a de Fernando Gehm Moraes, da Pontíficia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.