O professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), do câmpus de Paranavaí, e aluno egresso e doutor do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPA) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Edi Carlos de Oliveira, divulgou os resultados de sua tese sobre o investimento em bolsas de pesquisa realizado pela instituição, e como esse investimento contribui economicamente com a sociedade. A análise foi orientada pela professora Fabiane Cortez Verdu e co-orientada pelo professor Maurício Reinert do Nascimento, ambos do PPA/UEM.
A pesquisa teve como objetivo analisar como os acadêmicos da instituição gastam o dinheiro proveniente das bolsas de pesquisa no comércio local.
O nível utilizado para a pesquisa foi baseado em uma análise coletiva e que inclui acadêmicos vinculados às modalidades de bolsa de pesquisa ofertadas pela UEM: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado.
A UEM oferece 1.824 bolsas de pesquisa para apoiar acadêmicos de graduação e de pós-graduação no desenvolvimento de pesquisas científicas, captadas de fontes federais como: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e estadual, a Fundação Araucária. No momento da pesquisa, a captação era de R$ 2,3 milhões mensais e R$ 27,7 milhões anuais. Depois do reajuste das bolsas ocorrido em março deste ano, o valor mensal passou a ser R$ 3,3 milhões reais e o anual passou a ser R$ 39,9 milhões reais.
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: a qualitativa teve por objetivo a coleta de dados sociodemográficos, sobre a maneira como os bolsistas gastam o dinheiro proveniente das bolsas de pesquisa. Foram realizadas 13 entrevistas semiestruturadas com bolsistas de diferentes modalidades, que serviram de suporte para a estruturação do questionário aplicado na etapa quantitativa, a qual teve uma amostra de 636 bolsistas. Os resultados demonstraram que os programas institucionais de bolsa de pesquisa da UEM beneficiam 1.824 acadêmicos.
Dos 636 acadêmicos que participaram da análise, ficou constatado que a maioria é solteiro, proveniente de escola pública e que a decisão de estudar na instituição foi pela excelência da universidade.
Segundo o pesquisador Edi Carlos, “a maioria dos bolsistas sobrevive apenas com o dinheiro da bolsa de estudo e utiliza o valor recebido para custear os gastos com moradia, alimentação, produtos de necessidade básica, produtos de higiene pessoal, comunicação/internet, saúde, lazer, festas e cuidados pessoais”.
No entanto, os resultados numérico-econômicos demonstraram que os recursos captados pela UEM e distribuídos na forma de bolsas movimentam a economia local por meio dos gastos deles em segmentos específicos do mercado (evidenciados a partir de uma escala de gastos). Esses resultados possibilitam atribuir legitimidade ao processo de pesquisa; justificar os investimentos realizados na ciência; propiciar melhor percepção do retorno econômico da pesquisa e maior compreensão e credibilidade da sociedade em relação ao investimento realizado pela universidade, contribuindo para a redução do distanciamento informativo que existe entre esses protagonistas e tornando a qualificação econômica da pesquisa universitária em algo passível de melhor compreensão social.
Sobre: Doutor em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) na área de concentração: Organizações e Mercado (2020); mestre em Administração pela UEM, na área de concentração: Organizações e Empreendedorismo (2013); especialista em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino (2011); especialista em Tecnologias e Educação a Distância (2011); especialista em MBA Executivo em Negócios (2008); especialista em Docência do Ensino Superior (2006); graduado em Administração (2003) e professor colaborador na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), câmpus de Paranavaí.