Tomou posse nesta semana, na Diretoria de Cultura (DCU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o professor do Departamento de Música e Artes Cênicas (DMC), André Luis Rosa. Ele vem para substituir o professor Vinícius Stein, que voltou para o seu curso de Artes Visuais como coordenador-adjunto, que faz parte do Departamento de Teoria e Prática da Educação (DTP).
Para o pró-reitor de Extensão e Cultura (PEC), Rafael da Silva, “houve essa necessidade do retorno do Vinícius ao curso dele, é algo extremamente compreensível, tendo em vista que o nosso local de origem é o departamento. Cargos, a gente não ocupa, a gente apenas passa por eles, e ele contou com a nossa compreensão, apoio, agradecimento, porque ele fez um excelente trabalho nesse pouco tempo que esteve conosco à frente da Diretoria de Cultura da UEM”.
O professor André Luís Rosa disse que ficou lisonjeado e instigado com o convite e, ao mesmo tempo, preocupado, “porque a Diretoria de Cultura é um setor crucial para a dinâmica de uma Universidade, com todas as problemáticas e iniciativas sociais, econômicas e políticas que estamos vivemos. A arte é um dos pilares que fundamentam os conhecimentos que nós fazemos, desenvolvemos, pesquisamos e construímos dentro da Instituição. A Diretoria de Cultura não só tem a função de propor, fiscalizar e ampliar as políticas culturais que a universidade desenvolve na relação com a comunidade em que ela está inserida, mas, sobretudo, como é constituído esse pilar dentro da UEM na produção, circulação e desenvolvimento de conhecimentos artístico-culturais”. Rosa afirma que pretende fazer uma gestão compartilhada e integrativa. “Preciso que todos setores ligados à produção e circulação de bens artísticos e culturais da universidade se integrem, dialoguem e mostrem o que tem sido feito e a força do que nós já temos produzido. E que a Diretoria de Cultura tenha condição de ser a intersecção de toda essa produção ", disse.
Para André, uma das formas para isso é a viabilização do desenvolvimento de uma Incubadora Cultural, porque gera condições de agregar todo o dinamismo de linguagens artísticas e de produção cultural, permitindo uma relação com entidades públicas ou privadas, no oferecimento de capacitação artístico-pedagógica, de apresentação e fruição de artefatos artísticos, de promoção de eventos e de aperfeiçoamento na área.
Ainda segundo ele, “se a universidade não entender que a arte/cultura se constitui como um dos pilares na construção de conhecimentos, da formação continuada dos nossos docentes, da formação dos nossos estudantes, e das todas as ações relacionadas à pesquisa e extensão, nós não conseguimos nos conectar com as dinâmicas geopolíticas, pois os processos artístico-culturais tem sido o amálgama dessas relações. O que interessa é, justamente, qualificar esse espaço na UEM, e com isso buscar parcerias internamente e externamente, que viabilizam e visibilizam nossas muitas ações, e que possam se ampliar e ganhar ainda mais novos horizontes”.
O novo diretor
Performer, Ator, Dançarino, Encenador e Educador em Arte. Rosa possui doutorado em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra. Mestrado em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia. Licenciatura em Educação Artística (Dança e Teatro) pela Universidade Estadual Paulista. Desenvolve pesquisas (teóricas e práticas) que convocam dissidências epistêmicas, sexuais, linguísticas, espirituais e raciais entre a Performance e a Pedagogia (Estudos da Performance, Arte da Performance, Pedagogia Crítica, Teoria Queer, Estudos Feministas e Estudos Anticoloniais). Recria e (re)inventa as suas fraturadas subjetividades com o auxílio das artes da cena e performáticas: foi professor de teatro, dança e performance nas universidades federais da Bahia, Sergipe, Santa Maria e Rio Grande do Sul, e integrou alguns coletivos artísticos, dentre os quais se destacam: Núcleo Vendaval, Teatro Gente-de-Fora-Vem, NuMiollo e Família Varnel. Fundou Movimento Sem Prega (Brasil/Portugal) que aliado ao Projeto de Pesquisa NEC - Núcleo de Estudos e Criação Cênico-Visual (CNPq/UEM) abrange um conjunto de pessoas e atividades de diferentes campos de investigação cultural, política e linguística, funcionando como uma estrutura laboratorial nômade em performance, dança, teatro, mediação tecnológica e pedagogia.