Fotos: Arquivo pessoal
O Dia Mundial de Combate à Meningite foi celebrado na segunda-feira (24). A data marca a importância da vacinação e do diagnóstico dessa doença. Ela afeta as meninges, que são membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitos. É o que atestam o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá (Lepac/UEM) e o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR).
A meningite pode atingir pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em crianças. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que, anualmente, 2 a 3 milhões de pessoas são afetadas pela meningite no mundo; destas, 10% morrem e 20% ficam com sequelas.
Em 2022, foram notificados 2.073 casos de meningite no Paraná, sendo mais de 1.000 casos confirmados. Somente em 2020 e 2021 é que o número de casos notificados ficou entre 1.300 a 1.500. Este fato se deve à pandemia e ao isolamento social, pois a transmissão de muitos agentes de meningite possui a mesma via de transmissão da Covid-19, gotículas respiratórias. Além desta transmissão, outras formas são a via fecal-oral (contato oral com fezes de pessoa infectada) e a via inalatória.
Lepac é referência no diagnóstico
O Lepac/UEM, referência no diagnóstico de meningite, atende hospitais da 15ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, realizando o diagnóstico da doença a partir do líquor (líquido que circula nas meninges) e da cultura microbiológica, explica a professora e coordenadora do Lepac, Regiane Bertin de Lima Scodro.
O processo consiste na coleta, pelo médico, de um fluido chamado líquor, da meninge do paciente. Os microrganismos presentes neste líquido serão cultivados em ágar e após 24 horas normalmente é possível identificar os agentes causadores da meningite.
No Lepac, os agentes mais frequentemente diagnosticado nos últimos cinco anos foram Cryptococcus spp. (fungo), Streptococcus pneumoniae e Mycobacterium tuberculosis (bactérias).
Vacinação
Um estudo realizado pelos doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PCS/ UEM) e publicado na Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, com o título “Uma década de casos de meningite no estado do Paraná, Brasil: estudo dos casos no período pré- e pós-vacinal”, sob a orientação da professora, demonstra que a maioria das meningites bacterianas causadas no Paraná foram: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Mycobacterium tuberculosis e Haemophilus influenzae. Para todas estas bactérias existe vacina na rede pública.
A pesquisa também mostra como a introdução das vacinas pneumocócica e meningocócica, que combatem as principais bactérias causadoras de meningite, e que foram introduzidas na rede pública em 2010, diminuíram significativamente o número de casos no Estado. O que confirma a importância da vacinação e seu impacto na saúde da população.
Além da vacinação, existem outras formas de prevenção, como deixar o ambiente ventilado e higienizado, fazer a etiqueta respiratória, lavar as mãos, manter-se saudável e evitar aglomerações.