Acontece na próxima segunda-feira (6) o primeiro encontro presencial do Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação - Emergência Climática (NAPI EC) que reunirá uma rede de cientistas de nove universidades paranaenses incluindo a presença da professora doutora Dayani Bailly, docente do Departamento de Biologia (DBI) e do Programa de Pós- Graduação em Ecologia e Ambientes Aquáticos Continentais (PEA) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenadora institucional NAPI EC, além dos professores Roger Paulo Mormul e Sidinei Magela Thomaz, também docentes do DBI e PEA. O evento será realizado noanfiteatro do Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupelia), no bloco G-90 da UEM das 9 às 17 horas.
Bailly diz que é uma honra para ela e para os demais docentes do PEA que participam do NAPI EC integrar o grupo de cientistas paranaenses que atuará na geração e disseminação de conhecimento relativo aos efeitos das mudanças climáticas no Estado e, desta forma, contribuir para a inovação na tomada de decisão e para a elaboração de políticas públicas frente à um cenário de clima em constante mudança. “Muito nos orgulha sediar a reunião que marca o início das atividades do NAPI Emergência Climática, atestando o engajamento do PEA, do Nupélia e da nossa Universidade no enfrentamento da crise climática, que tornou-se emergencial”, disse.
O NAPI EC é financiado pela Fundação Araucária e tem como objetivo desenvolver estudos e projetos de tecnologia e inovação visando avaliar o impacto das mudanças climáticas no Estado do Paraná, integralizando o inventário da emissão de gases e aerossóis atrelados ao efeito estufa provenientes de atividades urbano-industriais e agropecuárias, bem como a adaptação aos cenários climáticos futuros nos quais os eventos climáticos extremos tendem a se intensificar.
Nesta reunião os participantes discutirão o planejamento de atividades de pesquisa e metas a serem atingidas, que possui como escopo principal a quantificação dos impactos e a redução dos riscos às bases ecológicas da vida e às atividades econômicas e sociais em face da diferenciada vulnerabilidade socioambiental e da necessária prevenção aos impactos das mudanças climáticas globais.
Dados científicos sobre alterações climáticas no Estado do Paraná
Segundo o professor Francisco de Assis Mendonça, pró-reitor de pesquisa da UFPR e coordenador geral do NAPI EC, os dados científicos mostram que dados do Paraná tem apresentado alterações climáticas importantes, especialmente após a década de 1950. Estudos apontam a elevação de 1,3 graus na temperatura média nos últimos 50 anos, aumento este que gera principalmente nos invernos menos frio que no passado e também outonos com temperatura mais elevadas que outrora. De outra maneira, não temos registrado no Paraná ainda elevação importantes de temperatura nos momentos mais quentes do ano no verão e também na primavera, mostrando que a tendência do aquecimento global no Estado até o presente momento é de aquecimento sim, mas especificamente nas estações de inverno e outono.
Ainda segundo o coordenador geral, no que diz respeito às condições pluviométricas, ou às chuvas, o Paraná tem registrado cada vez mais eventos extremos, horas de secas como aconteceu na porção leste e sul do estado nos últimos dois a três anos, com redução expressiva dos reservatórios de água, e em parte da água disponível para a agricultura e o abastecimento urbano. No entanto, o professor salientou que agora, durante os últimos seis meses, este quadro se reverte. Existe uma intensificação das chuvas com eventos extremos isolados, mas com muita chuva concentrada, que dentre outras coisas tem provocado inundações e deslizamentos de encostas, impactando rodovias, transporte e circulação de pessoas e de alimentos, por exemplo.