Três professores e um aluno da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram destaque na solenidade de entrega do 35º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. O evento que, neste ano, integra a Semana da Ciência e Tecnologia do Paraná 2022, ocorreu na última quarta-feira (30), às 14h, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Curitiba. Na ocasião, também foram entregues os certificados aos pesquisadores finalistas do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) – Edição 2022, no qual a UEM conquistou o primeiro lugar.
A promoção do evento foi da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A cerimônia começou com a solenidade do Prime, que tem como objetivo apoiar pesquisadores das instituições de ensino superior paranaenses na transformação de inovações em produtos e serviços, por meio da abertura de empresas, licenciamento para a produção e comercialização de tecnologias e transferência tecnológica. Os certificados foram entregues pelo coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, para os cinco finalistas, além de uma menção honrosa.
A professora da UEM, Erika Seki Kioshima Cótica ficou em primeiro lugar, com um projeto relacionado a moléculas antifungicidas. Ela disse que é uma alegria ver que a área de estudo dela, a micologia, foi destacada na avaliação dos organizadores do Programa. “Uma área negligenciada ganha visibilidade com a premiação. Esse Projeto é uma oportunidade de colocarmos no mercado definitivamente as tecnologias e produtos que desenvolvemos nos nossos laboratórios”, comemorou Érika.
Os cinco finalistas do Prime 2022 foram contemplados com vagas no Programa Acelera Impulse, do Sebrae Paraná, totalmente custeado pela instituição parceira. Além do Sebrae, o Prime conta com a parceria da Fundação Araucária de Apoio do Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
C&T: A entrega do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia compôs a segunda parte do evento. A honraria tem como objetivo reconhecer e estimular a produção científica, tecnológica e de extensão e inovação, valorizando pesquisadores e profissionais, que contribuem para o progresso científico e tecnológico do Estado. A cada edição do prêmio, são contempladas duas áreas do conhecimento. Em 2022, concorreram trabalhos dos campos das Ciências Exatas e da Terra e das Ciências da Saúde, inscritos por pesquisadores e cientistas vinculados a instituições de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica, públicas e privadas, de todo o território paranaense.
Nesta 35ª edição, o prêmio somou 73 inscrições homologadas, entre pesquisadores, estudantes, inventores independentes e jornalistas com reportagens pautadas no desenvolvimento científico e tecnológico. Os vencedores foram contemplados com uma premiação, em dinheiro, somando mais de R$ 180 mil oriundos do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia.
Na Categoria Estudante de Graduação, o vencedor, na área de Ciências Exatas e da Terra, foi Rogerio dos Santos Maniezzo, do curso de Química da UEM. Emocionado, Maniezzo disse que “a premiação é um estímulo para que seu grupo de pesquisa continue trabalhando para oferecer tecnologias importantes para a vida das pessoas”. Ele conquistou a premiação com um trabalho sobre a produção de materiais para remoção de poluentes em resíduos provenientes de processos industriais, lançados no meio ambiente.
Professores: Na Categoria Pesquisador-Extensionista, a professora Linnyer Ruiz Aylon ganhou na área de Ciências Extadas e da Terra, por ser a coordenadora do projeto de extensão Manna – Ecossistema de Educação 5.0. A iniciativa reúne ações de ensino, pesquisa, extensão e inovação em Robótica e Internet das Coisas, atendendo a professores e estudantes dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico de escolas públicas de diferentes municípios, assim como estudantes e professores de graduação e pós-graduação de várias instituições de ensino superior.
Linnyer destacou que o Manna “faz diferença no Paraná reunindo dezenas de mestres e doutores, que vão às escolas para dar apoio ao ensino, às meninas na tecnologia, aos estudantes de altas habilidades, autistas, além de professores que precisam de infraestrutura para cumprir suas atividades”.
Na Categoria Pesquisador, as duas áreas do conhecimento do 35º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia foram vencidas pela UEM. Na área de Ciências da Saúde, o professor Celso Vataru Nakamura conquistou a premiação com um estudo farmacológico para o tratamento da doença infecciosa Leishmaniose, a partir de compostos naturais e sintéticos com o emprego da nanotecnologia. Ele lembrou que “nunca se ganha um prêmio sozinho. Quero agradecer aos alunos, mestrandos e doutorandos que participam das pesquisas, além da Seti, por promover esse reconhecimento aos pesquisadores”.
O professor Jesui Vergilio Visentainer, também da UEM, conquistou a premiação, na área de Ciências Exatas e da Terra, com uma pesquisa relacionada a alterações bioquímicas na composição nutricional do leite humano. “Sou um homem de laboratório e foi com muita emoção que recebia a notícia de ser o ganhador do prêmio. Esperamos que ele seja um reconhecimento do presente e que possa também lembrar que precisamos investir nos pesquisadores sêniores no futuro”, lembrou o docente, que é vencedor do prêmio pela quarta vez.
Apoio à ciência: Todos os prêmios da UEM foram entregues pela vice-reitora da UEM, Gisele Mendes de Carvalho, que esteve presente à cerimônia ao lado do pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, Mauro Ravgnani. Segundo a professora Gisele, “prêmios como esse são importantes porque incentivam a ciência. Precisamos superar esse momento em que a ciência vem sendo questionada. A ciência salva, porque se baseia na verdade. E não é só na área da saúde”, completou a vice-reitora da Universidade de Maringá.
O evento foi encerrado pelo superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, que agradeceu nominalmente a todos que participaram da organização do prêmio, especialmente à equipe da Seti. “Não é fácil fazer ciência neste país. É uma atividade de longa duração, que precisa de investimento. Procuramos apoiar os pesquisadores a vencerem esses desafios, não só financiando projeto, mas mostrando que estamos fazendo ciência em todas as regiões do estado como prova esse prêmio. O governo do Estado apoiando de maneira efetiva as nossas ações e creio que vamos poder fazer ainda mais no próximo ano”, anunciou o superintendente.
A solenidade foi encerrada com a assinatura de dois documentos no âmbito do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado e do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, que no próximo ano vai contemplar trabalhos na área das Ciências Agrárias e Ciências Humanas e Sociais.
Saiba mais sobre os outros ganhadores do 35º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), na página da Seti.