A Universidade Estadual de Maringá (UEM) deu mais um passo importante, na última sexta-feira (5), no combate à violência sexual no âmbito da UEM ao entregar à Reitoria uma minuta de protocolo e enfrentamento a este tipo de violência, que, se for implementada, vai institucionalizar, na universidade, uma política voltada para a detecção do problema, acolhimento das vítimas, encaminhamento e acompanhamento dos casos.
O vice-reitor Ricardo Dias Silva recebeu o documento. Uma cópia também foi entregue ao representante da Comissão de Direitos Humanos da universidade, professor Ailton Morelli.
Chamado de Protocolo ContraAbuso, a minuta foi elaborada pelo projeto do mesmo nome, criado na UEM em 2019, para elaborar e executar ações na luta contra a violência sexual, sob a coordenação das professoras Carolina Laurenti, do Departamento de Psicologia (DPI) e Isadora Vier Machado, do Departamento de Direito Público (DDP).
A minuta sugere os procedimentos que a gestão da universidade deve adotar, amparado inclusive em parâmetros jurídicos. O documento foi baseado no trabalho de conclusão de curso em Direito da UEM, defendido pela estudante Marina Andrade Batista.
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Professora Carolina Laurenti fala durante a cerimônia
A entrega da minuta de Protocolo foi uma das atividades apresentadas no debate organizado pelo ContrAbuso, no Bloco C-34, câmpus sede da UEM. Voltado para a discussão da violência sexual no ambiente universitário, o evento, gratuito, com a participação de palestrantes das universidades de Brasília (UnB) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), termina à tarde, com a realização de uma mesa-redonda às 16h15, reunindo alunos de graduação e pós-graduação do Direito e da Psicologia.
Também como fruto das ações desenvolvidas pelo projeto, foram apresentados no debate, além da minuta, uma cartilha (clique aqui para acessá-la) com explicações sobre a violência sexual, seus desdobramentos e as orientações para o enfrentamento, um videodocumentário elaborado em parceria com a Assessoria de Comunicação Social (ASC) da UEM.
O vídeo tem relatos de vítimas de assédio e outros tipo de violência de cunho sexual, além de depoimentos das professoras Carolina Laurenti e Isadora Vier Machado, esclarecendo como surgiu o projeto.
O ContrAbuso é um projeto de pesquisa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), no âmbito de um Edital Universal lançado em 2018.
Hoje envolve o trabalho de uma equipe científica encarregada de desenvolver estratégias de identificação e enfrentamento da violência sexual no contexto universitário, compreendendo a prática do “trote”, das festas universitárias, a rotina em sala de aula e em grupos de pesquisas, e ainda as reuniões de orientação.