A partir de hoje (18) mais de 15,4 mil estudantes da graduação têm aulas presenciais neste início do ano letivo de 2022 na Universidade Estadual de Maringá (UEM), incluindo as turmas de educação a distância (EAD) e dos câmpus regionais. A UEM, no total, possui cerca de 70 cursos de graduação.
Isabela Ferreira Gomes, nova aluna do curso de Artes Visuais da UEM
A caloura Isabela Ferreira Gomes, 18, que visitou neste mês o Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio à Pessoa com Deficiência e Necessidades Educativas Especiais (Propae), começa hoje a graduação em Artes Visuais na UEM. Ela estudou no Colégio Bilíngue para surdos em Maringá/Anpacim, que funciona na UEM. "Quis estudar na escola regular para surdos, porque a comunicação é muito difícil. Comecei aprendendo Libras [Língua Brasileira de Sinais] e depois aprendi a língua portuguesa. Estudei desde a pré-escola até o 3º ano do Ensino Médio. No colégio, todos os professores são formados em Libras, o que facilitou muito meu aprendizado”.
Segundo Gomes, quando saiu o resultado do vestibular para pessoas com deficiência da UEM, a felicidade foi extravasada com os colegas de turma, “com direito a pintura na testa e braços e, depois, um jantar de comemoração com os pais, parentes e amigos”. Em visita à Assessoria de Comunicação Social (ASC), para a entrevista, ela comentou que, apesar de estudar dentro do câmpus sede desde pequena, “não esperava encontrar um câmpus tão grande em termos de espaço”. Diz, ainda, que está ansiosa, porque pretende conhecer outros professores da UEM e saber mais sobre a instituição por meio de universitários ouvintes, via intérpretes. “Também quero aprender mais, obter novos conhecimentos na área. Amo muito Artes Visuais, por isso escolhi esse curso!".
A intérprete da UEM, Helora dos Santos Carloto, que trabalha no Propae, acompanhou a entrevista. É importante lembrar que a UEM está em fase de seleção de 30 acadêmicos de graduação para atuarem como monitores, auxiliando outros estudantes que possuem necessidades especiais por meio de edital do Programa Bolsa Monitoria para Pessoas com Necessidades Especiais.
O haitiano Jean Derby Joselin, de 20 anos de idade, escolheu o curso de Engenharia Civil na UEM para sua carreira e prestou quatro vestibulares, sendo que o primeiro foi realizado como treineiro. "Gosto bastante de cálculos, além disso o curso superior vai me ajudar a ter um emprego e renda", afirmou. Até o mês passado ele trabalhava como repositor em um mercado e morava com a sua família no município de Paraíso do Norte, localizado na região noroeste do Paraná, a 85 km de Maringá.
O calouro internacional, que chegou há quase quatro anos de Porto Príncipe, capital do Haiti, praticamente já tem domínio da língua portuguesa, porque estudou o ensino médio no Brasil. "Conversando com novos amigos, lendo livros e navegando em sites pela internet, consegui ter novos vocabulários", comentou. Além disso, ele disse que seu pai veio sozinho para o país há sete anos e o ensinou as primeiras palavras em português. "Isso também foi fundamental para o esteio da minha família. Minha mãe chegou depois, junto comigo e meus três irmãos", afirmou Jean.
O estudante alugou em Maringá um quarto para dividir as despesas e espera entrar para o mercado de trabalho quando concluir o curso. “Ouvi dizer que o Brasil precisa de profissionais na área de engenharia e o meu sonho é seguir a minha carreira”, finalizou.
Haitiano Jean Derby Joselin em visita ao local de estudo da sua graduação no câmpus sede da UEM
Alteração inclusiva - A partir deste ano letivo, o horário das aulas para os calouros da nova turma do curso de Comunicação e Multimeios da UEM foi alterado para o período noturno com nova grade curricular aprovada, por meio da Resolução (049/2021-C.I. CCH), publicada no mês de setembro de 2021, disponível em PDF.
Segundo o coordenador do curso de Comunicação e Multimeios (CMM) da UEM, Paulo Negri Filho, a graduação funciona desde o ano de 2010, no período vespertino, mas neste ano o curso inicia aulas também no período noturno. “É uma forma de oportunizar às pessoas trabalhadoras o acesso ao curso e à universidade, que teriam dificuldade em estudar nos turnos matutino ou vespertino, como era o caso do curso até então, além de democratizar o acesso à pessoas egressas de camadas sociais mais carentes, já que não poderiam cursar o Ensino Superior em outras condições de oferta, encontrando oportunidades para transformação sócio-cultural e econômica”, comentou.
De acordo com ofício do CMM (002/2020) “um curso com a visibilidade e a importância política de formar para atuação em multimeios comunicacionais, deve estar disponível ao público trabalhador e ao aluno cotista que precisa estudar a noite”.
Além disso, os cursos de graduação noturnos contribuem para o acesso à Educação Superior e, por consequência, para o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei de n°. 13.005, em 25 de junho de 2014, que determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período de 2014 a 2024.
A oferta do Curso de Comunicação e Multimeios no turno noturno permitirá, de maneira mais inclusiva, a frequência de pessoas trabalhadoras interessadas em estudar, provendo o direito à Educação, conforme Art., 205 da CF de 1988. Art. 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Para Negri Filho, a mudança de turno ainda atende à demanda identificada por meio dos docentes e discentes do curso. “A iniciativa também atende aos pilares da educação pública, gratuita e de qualidade”, apontou. Ele esclareceu qua a grade curricular para o turno vespertino será mantida regularmente, ou seja, só estudarão à noite as pessoas aprovadas no vestibular para este turno. O coordenador afirmou ainda que “sempre que tiver vagas e interesse, estudantes de ambos os turnos poderão cursar disciplinas no contraturno”.
A modificação de turnos, de acordo com o coordenador do curso CMM também é o resultado de trabalho de diversas reuniões do Núcleo Docente Estruturante do curso, iniciadas, informalmente, há alguns anos e, realizadas, formalmente, ao longo de um ano e meio até a aprovação.
A partir da alteração da grade o curso deve ser mais dinâmico e atento às especificidades regionais, determinado pela realidade da comunicação contemporânea e Diretrizes Curriculares Nacionais do MEC para cursos de Comunicação (Resolução CNE/CES 16, de 13 de março de 2002.). “Houve uma uniformização da carga horária das disciplinas, criação de disciplinas que atendem as perspectivas da comunicação atual, inclusive com disciplinas optativas, destaque para ações extensionistas em disciplinas e fora delas, formalização das disciplinas e orientações de trabalhos de conclusão de curso, acompanhamento de estágios obrigatórios e atualização das atividades acadêmicas complementares”, citou.
Serviço: Outras informações e notícias sobre o curso podem ser encontradas no website.
A mudança de turno do curso de graduação de Comunicação e Multimeios está documentada e aprovada pela Resolução N.º 004/2021-CEP de março de 2021, disponível no site.
O calendário acadêmico aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP) da instituição prevê o término do ano letivo/2022 com aulas até o dia 2 de maio de 2023. Como ainda não foi possível equilibrar o andamento acadêmico e o ano civil, os conselheiros do CEP mencionaram urgência para definir um plano de recuperação que viabilize a sincronização dos calendários nos próximos anos letivos, propondo a criação de uma comissão para equacionar essa questão.
De acordo com a Portaria (003/2022) publicada pela Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA) da UEM, o 1º semestre de aulas (ano Letivo/2022) começará dia 18 deste mês com término em 16 de novembro. O 2º semestre terá aulas a partir do dia 24 de novembro de 2022 com término previsto para 24 de abril de 2023.
Saiba mais sobre atividades/evento do Calendário 2022, recessos acadêmicos e prazos para avaliações no PDF.