A Universidade Estadual de Maringá (UEM) se encontrou com a população do município e da região em um grande evento, no último domingo (22). O “PET na Praça” ocorreu no Largo Júlio do Carmo Esteves, em frente ao Parque do Ingá, por meio da ação voluntária da comunidade acadêmica, que coloriu o espaço dedicado à ciência.
“PET” é a sigla para “Programa de Educação Tutorial”. A UEM conta com 15 grupos PET, cada um associado a um curso de graduação. Esses grupos foram até o Parque do Ingá organizados pela União dos Grupos PET da (Unipet/UEM), que tem como principal objetivo promover apresentações de divulgação científica para ampliar o conhecimento e a troca de informações com a comunidade acadêmica e externa.
O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva (foto acima, de preto), esteve apoiando a ação da Pró-Reitoria de Ensino da (PEN/UEM), à qual os PET são ligados. Segundo a pró-reitora da PEN, Alexandra de Oliveira Abdala Cousin (foto abaixo, à esquerda), o “PET na Praça” é um evento tradicional. Esse ano foi escolhido o Parque do Ingá para a realização das atividades, mas ele acontece há anos sempre ao ar livre.
“A ideia é que a comunidade, os alunos e as pessoas que passam pela praça possam conhecer um pouco do trabalho desse projeto, que já está há bastante tempo na UEM, complementando a formação acadêmica dos nossos graduandos”, disse.
A assessora especial da pró-reitoria de Ensino e do Setor de Programas e Projetos da PEN, Jani Moreira (foto acima, à direita), acrescentou que “os alunos se preparam todo ano para estar junto da comunidade, apresentando diversas questões relacionadas à ciência, fazendo atendimentos de saúde, enfim, disponibilizando conhecimento e serviços que são desenvolvidos nos 15 cursos que têm o grupo PET, com o objetivo de propiciar ao estudante uma formação mais sólida”.
Ensino
O professor Antônio Carlos Andrade Gonçalves acompanhou a formação do grupo PET Agronomia desde 2000. Para ele, o Programa de Educação Tutorial é baseado em uma lógica de que existe um tutor, como ele, que dá suporte para que um grupo de alunos (normalmente são 12 bolsistas) possa fazer atividades de ensino, pesquisa e extensão, de uma maneira integrada. O propósito é tanto o de aperfeiçoar o ensino da graduação, quanto a formação profissional e humana, com o desenvolvimento do conceito de cidadania mais elaborado.
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Isso faz com que nós tenhamos nesse programa - que, no Brasil, tem cerca de 40 anos de idade -, uma oportunidade ímpar de construir uma formação mais elaborada para o indivíduo. Isso é muito conveniente e muito bom para o aluno, na medida em que ele tem a oportunidade de exercitar as habilidades individuais e de desenvolvê-las. Investimos na criatividade, na iniciativa, na compreensão de cada profissão, no contexto social e uma série de outras coisas. Para nós, o professores, é uma oportunidade ímpar de trabalhar junto aos alunos em uma perspectiva bastante horizontal de empatia e parceria. Usamos nossa experiência, nossa orientação para contribuir com o crescimento desses alunos e impactar positivamente o ensino de graduação na Universidade. Essa é a lógica do PET”, resumiu Gonçalves (foto acima, à esquerda).
O professor Marcos Danhoni (foto acima, ao centro), do curso de Física, se mostrou animado com a reação das pessoas aos experimentos que estava expondo na praça, junto com os alunos. “Para mim é a melhor coisa, por causa do contato direto com o público e é forma da gente explicar algo que é tido como ‘complexo’, ‘chato’ e ‘difícil’, de uma forma criativa, falando a linguagem que o povo sabe falar, e criando divulgadores da ciência com o grupo PET. É muito legal ver a cara de felicidade das pessoas. Na verdade, esse é um investimento público, da universidade pública para a sociedade. Esse grau de comunicação da ciência é o que mais precisamos agora”, completou Danhoni.
Os petianos
A satisfação não estava registrada só na fisionomia dos professores, mas dos alunos do PET, chamados de petianos, também. Eles realizaram inúmeras atividades na manhã de domingo: o PET-Informática, do curso de Ciência da Computação, levou jogos educacionais, desmistificando conceitos da área e introduzindo a ideia de algoritmos; o PET-Engenharia Têxtil mostrou diferentes tipos de fibras têxteis e suas finalidades, com o intuito de mostrar a diferenciação e uso em determinados tipos de vestuários; o PET-Enfermagem fez atividades para conscientizar a população sobre a doação de órgãos, entre tantos outros temas que foram levados para a comunidade.
Unati e PET Pedagogia ensinaram a população a resgatar as brincadeiras antigas, como os jogos de bolinha de gude e das cinco marias, e ajudaram a garotada a confeccionar bolas de meia e a pular corda.
Carlos Daniel Caetano (foto acima) disse que o PET de Pedagogia preparou, junto com a Universidade da Terceira Idade (Unati), informações tanto pedagógicas como dos unatianos, “dando a eles a possibilidade de nos ensinar as brincadeiras da época da infância deles. A idiea era criar oportunidades de unir gerações e também despertar o caráter emocional envolvido nisso”, confessou.
Julia Oliveira (foto acima) disse que teve uma experiência “linda” durante a atividade de pular corda. “O de trazer brincadeiras da infância para unir gerações deu certo no setor de pular cordas. Tivemos mães, pais e avós incentivando as crianças, que só ficavam no celular, a pular corda e se exercitar. Até conseguimos fazer com que uma família inteira entrasse na brincadeira para incentivar uma criança que não estava conseguindo pular. Lembramos que a atividade física é importante para exercitar a memória, a atenção e até o nosso ânimo muda quando a gente se mexe. Todo mundo chegou bem cedo, 7h da manhã, meio desanimado. Mas a gente começou a pular corda e, agora, todos estão ligados e animados. Então, pular corda traz benefícios para a saúde física e emocional”, resumiu a petiana da Pedagogia.
Extensão
A pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora de Mello Sant’ Ana (acima, à direita), lembrou que os grupos PET tem um peso muito grande nas ações de extensão da UEM. “O Programa que envolve ensino, pesquisa e extensão. A extensão é a troca que fazemos diretamente da universidade com a comunidade. Aprendemos, ensinamos, levamos o conhecimento acadêmico e trazemos o conhecimento popular com as soluções cotidianas que a sociedade oferece, e que nem sempre foram baseadas na ciência, mas que, muitas vezes, trazem pistas de soluções de problemas, melhores do que os nossos estudos”, lembrou a professora.
Quem concorda com isso é a Isis, de 5 anos. Ela confeccionou bolas de meia e levou os produtos que fez para casa. “Agora, posso fazer quando quiser brincar”, comemorou a menina.