A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem uma importância fundamental sobre o futuro do ensino a partir também do papel que desempenha na formação de professores da educação básica, além da qualificação oferecida pelos seus docentes aos futuros pedagogos, da graduação à pós-graduação.
Nesta quinta-feira (28), quando se celebra o Dia Mundial da Educação, faz todo o sentido refletir sobre a relevância da universidade pública na busca de se atingir as metras definidas no Fórum Mundial de Educação, na cidade de Dacar, no Senegal, em 2000.
Naquela ocasião, líderes de 164 países, inclusive o Brasil, foram signatários de um documento para estabelecer o compromisso de levar a educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo até 2030. O documento nomeado “Marco de ação de Dakar, educação para todos: cumprindo nossos compromissos coletivos” apresentou seis metas definidas para serem atingidas pelas nações subscritoras da declaração.
Entre as metas estão expandir e melhorar o cuidado e a educação especialmente das crianças mais vulneráveis e em maior desvantagem; assegurar que todas elas, principalmente as meninas e crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária, obrigatória, gratuita e de boa qualidade até 2015; garantir que as necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos sejam atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem apropriada; trabalhar para que fosse eliminadas as disparidades de gênero na educação primária e secundária até 2005 e se alcançasse a igualdade de gênero na educação até 2015; além de que fosse atingida também até 2015 a melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos.
Reflexão
O que o Fórum Mundial apontou foram vários aspectos importantes a partir da análise de discussões ocorridas em conferências e reuniões preparatórias com o foco em Educação. O eixo central do movimento é a Educação para Todos e, a partir dos objetivos traçados, os participantes se comprometeram a desenvolver ações direcionadas para atingi-los.
Passados 22 anos do evento, cabe uma reflexão sobre os rumos da educação no Brasil. Para muitos educadores, a crise da educação no Brasil é um projeto. Prova disso, são os constantes cortes de verbas e a precarização das condições de trabalho que ocasionam o desmonte do ensino público e a abertura de caminho para a privatização do ensino.
Segundo o professor Gilmar Alves Montagnoli, do Departamento de Teoria e Prática da Educação (DTP) da UEM, a data é oportuna no sentido de nos fazer refletir sobre como está a ação do Estado para garantir o direito conquistado tanto na educação básica quanto no ensino superior, por exemplo. Ele lembra que a UEM é uma instituição pública que tem compromisso com a sociedade, incluindo o de formar professores para os cursos de graduação que, por sua vez, irão trabalhar formando outros professores e também boa parte da população no caso da educação básica.
No geral, a universidade pública, frisa ele, tem o compromisso de propiciar uma educação que desenvolva o ser humano nas suas potencialidades para uma vida plena e a inserção na sociedade. Trata-se “do compromisso com a educação e formação humana, a cidadania e com o que é mais importante: a apropriação do conhecimento científico produzido e acumulado historicamente e que precisa chegar a todas as parcelas da população”, detalha Montagnoli.
Mestre e doutor em Educação, ele esclarece, ainda, que este comprometimento da UEM envolve o trabalho no ensino, na pesquisa e na extensão.
O professor se recorda que amanhã (29) a UEM participa, em Maringá, de uma etapa regional da Conferência Nacional da Educação (Conae), com a participação de representantes de instituições estaduais e municipais, a fim de discutir os rumos da Educação e pensar nas metas para o setor.