Dez pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que, em março, foram listados no rol dos cientistas mais influentes do mundo, receberam, hoje (12), da Câmara Municipal de Maringá, o título de Mérito Comunitário
A honraria foi entregue na sessão ordinária desta terça-feira em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município pelos homenageados. A iniciativa do título partiu do vereador Cristian Maia, o Maninho (PDT).
A relação dos pesquisadores consta da atualização de artigo do PLOS Biology, a partir de levantamento na base de dados da Scopus. Escrito por autores ligados à Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, à Inteligência em Pesquisa da Elsevier, da Holanda, e à SciTech Strategies, dos Estados Unidos, o artigo revela que a UEM passou de oito, em 2020, para dez pesquisadores entre os mais influentes do mundo.
Este aumento mostra o resultado do processo de internacionalização na UEM. Torna claro que os pesquisadores da instituição estão sendo reconhecidos mundialmente devido às suas produções.
Além do mais, este salto expressa que a universidade está em movimento durante estes dois anos de pandemia, com intensidade maior de trabalho por parte de seus cientistas, que publicaram mais e com maior qualidade.
Os cientistas homenageados são os professores Angelo Antonio Agostinho, Celso Vataru Nakamura, Jesuí Vergílio Visentainer, Marcelo Moreira Cavalcanti, Marcos Luciano Bruschi, Maurício Guimarães Araújo, Edvani Curti Muniz, Rosângela Bergamasco, Tania Ueda Nakamura e o químico André Luiz Cazetta, egresso de graduação e pós da UEM.
Orgulho - Para o vereador Maninho, a ocasião é de muito orgulho, pois a presença dos cientistas da universidade na lista mostra que todo o trabalho desenvolvido na instituição está sendo reconhecido mundialmente.
Professor Celso Nakamura: honra em receber a homenagem
O professor Celso Nakamura agradeceu a proposta do título e disse que tanto ele, quanto os colegas, recebem a homenagem com muita honra. O cientista agradeceu também as empresas parceiras, as quais apoiam muitas pesquisas. Estendeu, ainda, gratidão aos alunos, incluindo os de iniciação científica, mestrado e doutorado. Segundo Nakamura, sem o trabalho deles nos laboratórios, os pesquisadores não iriam ter tantas publicações científicas.
Lembrando que a UEM é uma instituição relativamente nova, com 52 anos, o pesquisador, que trabalha na universidade há 42 anos, disse que a instituição possibilitou que ele saisse para fazer a pós-graduação e se qualificasse. Destacou que, apesar de jovem, a UEM é muito produtiva, reconhecida internacionalmente, ocupando a 22ª posição na América Latina em pesquisa, segundo o Scimago Institutions Ranking (SIR), da Espanha, além da 13ª colocação no Brasil e a 2ª no Paraná.
Nakamura lamentou, por fim, o quadro preocupante decorrente da não reposição dos servidores aposentados, entre eles pesquisadores de grande gabarito. De acordo com o cientista, dos dez homenageados hoje, quatro estão aposentados. Eles continuam trabalhando como voluntários porque, segundo o pesquisador, estão preocupados com o crescimento da UEM.
Vida mais digna - A não contratação de novos docentes para substituir os que se afastam está afetando os programas de pós-graduação. Nakamura pediu aos vereadores que visitem a UEM para conhecer a realidade da instituição e ajudem a lutar pela melhoria da universidade, que é pública e gratuita.
Para o reitor da UEM, a propositura do título demonstra o reconhecimento sobre a importância do investimento em ciência
O reitor Julio Damasceno salientou que o resultado da produção científica da UEM nem sempre chega ao conhecimento da maioria das pessoas, mas tem um imenso valor pelo fato de proporcionar, no final das contas, uma vida mais digna e um País melhor para todos. Na opinião dele, o título de mérito comunitário, com apoio dos vereadores da Casa, é uma demonstração de reconhecimento sobre a importância de se investir em ciência e tecnologia.
Conforme Damasceno, se a UEM tem pesquisadores reconhecidos é porque eles romperam uma barreira, se destacando pela dedicação e principalmente pela capacidade criativa. Ele insistiu que a instituição enfrenta muitos desafios e ressaltou que a Câmara Municipal é parceira da universidade. “Não há caminho sem a ciência”, concluiu.