Dados apresentados, hoje (31), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), pelo Programa Vida no Trânsito (PVT) e a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), dando sequência ao trabalho de divulgação iniciado em 2018, mostram que em Maringá houve queda de 13,6% no número de mortes no ano de 2021 em relação a 2020.
No ano passado foram registrados 2.938 acidentes no trânsito, sendo 2.669 com vítimas, 38 delas fatais. O número de acidentes contendo mortes foi 8% maior que em 2020. Das mortes, 55% foram motociclistas, dos quais 60% estavam com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) irregular ou não tinham o documento.
As vias com maior número de acidentes fatais foram o Contorno Sul, marginais do Contorno Norte e a avenida Tuiuti. Também foram registradas mortes de quatro ciclistas e cinco pedestres.
O relatório tem ainda dados sobre acidentes em cruzamentos, atendimentos em hospitais, faixa etária das mortes, dias e períodos que aconteceram, entre outros.
A apresentação ocorreu no auditório do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PSE), câmpus sede da UEM, reunindo autoridades políticas ligadas ao trânsito, pesquisadores do assunto e membros da Comissão de Análise de Dados do PVT em Maringá.
A UEM está presente nesta Comissão por intermédio das professoras Débora Moura e Thais Mathias, do Departamento de Enfermagem (DEN).
Os dados mostrados hoje revelam que a cidade registrou uma média de quatro acidentes por hora, quase 98 por dia, no total de 2.938 acidentes de trânsito ao longo de 2021.
Captação e análises
O PVT visa a redução no número de vítimas de acidentes de trânsito, trabalhando com a sistemática de captação e análises de cada ocorrência registrada nas vias públicas municipais. O objetivo é gerar informações sobre as características dos acidentes para fornecer subsídios a todos os órgãos e setores na qualificação em técnicas de prevenção contra este tipo de ocorrência.
Participam do Projeto Vida no Trânsito a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, 15ª Regional da Saúde, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Samu, UEM, Ordem dos Advogados do Brasil, Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), o Núcleo Regional de Educação, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Instituto Médico Legal (IML).
Histórico
A proposta de criação do PVT, apresentada pelo Programa Global de Segurança Rodoviária da Bloomberg, incluiu o compromisso de investir 125 milhões de dólares em dez países, de média e baixa renda, que apresentassem o maior índice de mortalidade causada pelo trânsito entre todas as nações do mundo.
Em 2009, o governo brasileiro recebeu o convite e aceitou a adesão do Brasil ao programa. As ações prioritárias estão focadas no uso do cinto de segurança, redução de velocidade, aprimoramento da legislação, aumento da fiscalização sobre “beber e dirigir”, uso de capacete, transporte urbano sustentável e na melhoria da infraestrutura viária.
No Brasil, o projeto teve início em 2010. É coordenado pelo Ministério da Saúde, em cooperação técnica com a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS).
O PVT foi implantado, inicialmente, em cinco capitais: Palmas, Teresina, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande, cada uma representando uma das cinco macrorregiões do País.
As principais diretrizes da metodologia do projeto são o planejamento participativo, a descentralização administrativa e a intersetorialidade.
Em meados de 2017, Maringá aderiu ao programa em apoio à iniciativa internacional coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).