O Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) possui um Setor de Cunicultura, destinado à prática de criação de coelhos, localizado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da UEM.
De acordo com o coordenador da graduação em Zootecnia e do setor de cunicultura, professor Leandro Castilha, a criação de coelhos apresenta diversas aplicações para a sociedade. Além de propiciar uma carne de excelente qualidade nutricional, ser companhia nos lares (em especial raças pequenas ou anãs), apoiar no desenvolvimento de medicamentos e vacinas (tanto para outros animais quanto para humanos), a exemplo do soro antiofídico contra o veneno da picada de aranha-marrom, também é utilizada na coelhoterapia, que consiste na terapia assistida por animais a partir da visitação de coelhos em hospitais, centros de reabilitação ou tratamento para pessoas com necessidades especiais.
O Setor de Cunicultura da UEM funciona desde 1979. A criação começou quando o professor aposentado do DZO, Claudio Scapinello, trouxe animais da raça Nova Zelândia Branco, da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos. Castilha ressalta que, desde então, o setor vem realizando processos de melhoramento genético interno, de modo que hoje apresentam uma raça pura.
O setor conta com 56 machos, 92 fêmeas e cerca de 280 coelhos desmamados, em fase de crescimento, tendo entre 30 e 90 dias de idade. Atuam no setor três docentes, um aluno de doutorado e um aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ) da UEM, bem como três estudantes de iniciação científica e tecnológica, seis estagiários de graduação, além de um servidor técnico.
Internamente, o setor desenvolve pesquisas acerca da alimentação e nutrição dos coelhos de corte, por meio do reaproveitamento de resíduos agroindustriais, buscando reduzir custos para o cunicultor.
O professor Castilha também enfatiza que o setor realiza diversas parcerias, dentro e fora da universidade. “Temos parcerias importantes com o curso de Medicina, em que o coelho representa um modelo experimental para pesquisas com ventilação pulmonar de humanos recém-nascidos, além de uma parceria com profissionais da área oftalmológica e empresas de vacinas e medicamentos para animais. Até meados de 2015, a UEM fornecia cerca de 50 coelhos por mês à Secretaria da Saúde do Paraná para um projeto de desenvolvimento de soro antiofídico para picada de aranha-marrom.”
Todas as pesquisas da UEM com animais passam por aprovação prévia do Comitê de Ética no Uso de Animais (Ceua).