Nesta segunda reportagem da série abordaremos o estudo desenvolvido a partir da pele do peixe para ser aplicado na medicina, especificamente no tratamento de queimaduras. Acesse aqui a primeira matéria do Especial Estação de Piscicultura.
A Estação Experimental de Piscicultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem parceria neste estudo com a Universidade Federal do Ceará, pioneira no Brasil no uso da pele do peixe como biomaterial em tratamento de queimaduras. Recentemente o pesquisador Humberto Todesco, orientado pelo professor da UEM, Carlos Antônio Lopes de Oliveira, desenvolveu a tese de doutorado com foco no melhoramento genético da pele da tilápia com o propósito de proporcionar o aumento de fibras colágenas, desenvolvendo uma pele mais resistente e com maior qualidade.
Amostra de pele de tilápia para análise genômica
O estudo concluiu que o biomaterial melhorado geneticamente pode ser utilizado por um período maior sobre a queimadura, protegendo-a do meio externo (de bactérias e vírus), de forma a mantê-la hidratada e a propiciar a regeneração da pele humana. "Quanto menos se trocar o biomaterial (pele de tilápia), melhor, por isso é interessante o uso da pele mais espessa, sendo desnecessário um número maior de troca, o que reflete também em um custo mais baixo do tratamento, inclusive para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica Humberto Todesco.
De acordo com Ricardo Pereira Ribeiro, coordenador do programa de melhoramento genético Tilápia Tilamax, a partir deste doutorado será possível a produção e distribuição de matrizes com as características necessárias aos produtores, que poderão abastecer os hospitais que tratam de queimados.